segunda-feira, junho 04, 2007

"O Mandarim"
a.g.anacleto

...e cortinados de um raro brocado negro onde ondeiam, bordados a pérolas, versos eróticos de Catulo; uma lâmpada, suspensa no interior, derrama ali a claridade láctea e amorosa de um luar de Verão...
Eça de Queirós

domingo, junho 03, 2007

" Manifesto"
a.g.anacleto

Manifesto Anti-globalização

Pintei o céu de azul, de branco e rosa,
Depois mudei de ideias e juntei negro,
De novo raiei o dia em tons de oiro
Revi em cinza e rubro, a negação.

Pincelei, num rasgo, o horizonte
E escondi da frente o féretro sem tampa,
Rodeado de margaridas, narcisos e cravos.

Lá, numa colcha de renda, jaz o mártir
Líder de um suposto movimento “terrorista”,
Nascido sem razão aparente
Neste mundo
De um único estado de direito.

Esbocei telemóveis e computadores
cinema,teatro , televisão, livros
Jornais, revistas...mas nada de armas!

sábado, junho 02, 2007

a.g.anacleto

Se eu pudesse...

Se eu pudesse
Viveria como se não houvesse amanhã....
Sonharia como uma menina,
Rodear-me-ia de gente
Que fosse o meu espelho de alegria.
Gozaria um orgasmo em paixão e pele
Todos os dias.


Quisera ter o céu e dão-me a norma
Quisera o suculento sabor a mel
E dão-me a discreta temperança.
Dada numa condescendente

E metódica semi entrega,
Num tolerar que enerva e malha a raiz,
Desse querer que crendo, não se apega,

Ou quando se recebe já não tem graça.

Dora M